“Terra Fabricada começou na minha infância, nas imagens que construí a partir das histórias e cantigas portuguesas que escutava da minha mãe e avó. Cresci com a estranha sensação de ter a própria terra como pátria estrangeira. Como forma-se um povo? Até onde vai o meu território? Por que as pessoas acreditavam que o mundo terminava na linha do horizonte? Sempre desejei fazer o caminho de volta, encontrar a minha aldeia do outro lado do oceano. A aldeia real seria parecida com aquela ficção criada pela minha imaginação? Quando pequena, perguntei uma vez à mãe o que era uma aldeia. Ela respondeu: uma aldeia é uma cidade muito pequena”, diz Bianca Bernardo.
Ivair Reinaldim, crítico de arte e membro da Comissão Cultural do Ibeu, diz no texto de apresentação da exposição de Bianca Bernardo: “A dimensão que envolve o projeto Terra Fabricada de Bianca Bernardo é aquela do confronto com as próprias origens. Mas toda origem é escolha deliberada – por necessidade, eleição afetiva ou desejo –, disposição que visa identificar um lugar, um estar no mundo. Por isso, há nesta exposição algo que extrapola a referência a um local específico, demarcando muito mais uma propensão, um estado de espírito, um querer. Trata-se de um processo com forte apelo ficcional: o filme documental homônimo, que a artista concebe entre Brasil e Portugal, é representação tanto quanto o conjunto de subjetivações que lhe serviu de suporte, uma colagem/montagem de fragmentos diversos, que reúne lembrança familiar, memória induzida e imaginação pessoal”
Bianca Bernardo nasceu e trabalha no Rio de Janeiro. É mãe do Bento, artista visual, mestre em Artes pelo PPGARTES-UERJ, artista-educadora do Núcleo Experimental de Educação e Arte do MAM-Rio. Entre as principais exposições e prêmios estão: Prêmio 47º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco (Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães, Recife, 2012), Bienal SIART (Museu Tambo Quirquincho, La Paz, Bolívia, 2011), Prêmio Novíssimos (Galeria Ibeu, Rio de Janeiro, 2011), 12º Salão Nacional de Artes de Itajaí (Itajaí, Santa Catarina, 2010).
No texto de apresentação da exposição de Daniela Seixas, Ivair Reinaldim diz: “A paisagem não está fora; ela nos atravessa e se constitui a partir de nossa experiência: eis como podemos apreender a exposição de Daniela Seixas. É por meio da linguagem, no sentido estendido e corporificado das palavras, que a artista reúne um conjunto de proposições, capaz de fornecer um panorama insólito e fragmentado do mundo: uma atmosfera rarefeita; contudo, na eminência de sua condensação. São projetos que se realizam enquanto possibilidades de encontro poético entre aquilo que a artista materializa por meio de objetos, desenhos, vídeos e ações e a disposição subjetiva do espectador para atribuir significados a sua experiência imediata. Encontro que reforça o momento em que nossas vivências dão sentido à existência”.
Daniela Seixas nasceu e trabalha no Rio de Janeiro. Mestre em Artes Visuais pelo PPGARTES- UERJ, entre as principais exposições estão: A riscar (Paço das Artes, SP – 2011), Prêmio Novíssimos (Galeria Ibeu, RJ – 2011), Prêmio EDP nas Artes (Instituto Tomie Ohtake, SP – 2010), “entre-vistas” (Programa Aprofundamento do Parque Lage, RJ – 2010) e Tração (CCJF, RJ – 2010).
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