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Artista selecionado no Programa de Exposições Galeria Ibeu 2019
Galeria de Arte Ibeu inaugura exposição com fotografias de edifício abandonado que já abrigou a sede do jornal francês Le Point | Abertura: 10 de abril, às 18h30
Cerca de vinte anos depois de inspirar o fotógrafo alemão Andreas Gursky, o Edifício Mouchotte, em Paris, ganha as lentes do artista João Paulo Racy na exposição “Montparnasse, vingt ans après”, que será inaugurada na Galeria de Arte Ibeu no dia 10 de abril, às 18h30, sob curadoria de Cesar Kiraly. Enquanto Gursky retratava a fachada contínua, Racy mostra o interior do edifício, um ambiente de renovação entre o uso antigo de um aparente escritório, do café esquecido, e o desconhecido que irá começar a ser montado, investigando a questão da habitação nos centros urbanos com o intuito de identificar os efeitos que a gentrificação exerce sobre a configuração das grandes metrópoles. A mostra será apresentada em suportes distintos: objetos, fotografias, impressões em grande escala e em papel de lambe-lambe.
A fotografia de Andreas Gursky impressiona não só pela escala, mas pela grande quantidade de apartamentos que o prédio possui. Na busca por pelo menos um dos pontos de vista de Gursky, João Paulo Racy encontrou uma nova realidade, um cenário de transição em um bairro que novamente sofre os efeitos do processo de gentrificação. Por cerca de duas semanas, o artista visitou periodicamente o edifício de quatro andares, anexo a um shopping, e que abrigava a sede do jornal francês Le Point. Neste período, estava sendo desinstalado para dar lugar a uma grande loja de departamentos, em um cenário que se repete por grande parte das metrópoles.
“Esta individual do João Paulo Racy começou a ser gestada no momento em que acidentalmente se percebeu, na posição em que Andreas Gursky, 20 anos antes, fotografara o edifício Montparnasse, em Paris. Não se trata mais de simular uma fachada contínua, porém de mostrar, tal como a encontra, a perspectiva interna de uma janela diante de outras tantas, invariavelmente interrompida pela emenda da vidraça”, analisa o curador Cesar Kiraly.
“O interesse é registrar, como intruso, que a interioridade não perde sua perspectiva privilegiada sobre o que acontece fora, e que, mesmo repleta de antigos usos, não precisa esconder a si própria”, completa.
Sobre o artista – João Paulo Racy (1981, Rio de Janeiro – RJ) vive e trabalha entre Rio de Janeiro e São Paulo. Artista visual e pesquisador. Graduado em fotografia e mestrando em Artes, pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Participou do Programa Práticas Artísticas Contemporâneas da EAV do Parque Lage e do programa de imersão EAVerão (Rio de Janeiro, 2015). Participou do Programa de Residência Artística da FAAP (São Paulo, 2016) e da Residência NUVEM – Estação Rural de Arte e Tecnologia (Rio de Janeiro, 2016). Foi contemplado com o prêmio Aquisição no 15º Salão de Artes de Jataí (2016) e com o prêmio Aquisição no 42º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto (Santo André, 2014). Realizou as exposições individuais “Impróprio” (Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica, Rio de Janeiro, 2018), “Devir Cidade” (Centro Cultural Justiça Federal, Rio de Janeiro, 2017) e das coletivas “São Paulo Não é Uma Cidade, Invenções do Centro” (Sesc 24 de Maio, São Paulo, 2017); 2ª Bienal CAIXA de Novos Artistas (Caixa Cultural, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Brasília, Fortaleza, 2017-2018); XI Diário Contemporâneo de Fotografia (Museu do Estado do Pará, Belém, 2018), Abre Alas 14 (Galeria A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, 2018), entre outras. Seu trabalho integra o acervo do Museu de Arte Contemporânea de Jataí (GO), do MAB-FAAP (SP), a Coleção Joaquim Paiva (MAM-Rio) e o Património Artístico da cidade de Santo André (SP).
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