A Exposição “Rupestre Contemporâneo: Nadam Guerra e 10 anos do Grupo UM” comemora 10 anos de atividade do Grupo UM. É uma mostra individual coletiva onde Nadam Guerra exibe trabalhos inéditos com Domingos Guimaraens, Aline Elias, Leo Liz, Juca Américo e Euclides Terra.
Entre os destaques estão:
A instalação Composteira de Arte que reúne mais de 500 obras mofadas, estragadas ou fracassadas doadas por mais de 50 artistas.
A série Rupestre digital traz pedras impressas com imagens das cavernas e da cultura pop.
A série Seu troco obrigada é compostas de relevos de cerâmica inspirados nos poemas de três palavras da jovem poeta Aline Elias.
O crítico Juca Amélio organizou um livro com as conversas do Grupo UM sobre as obra expostas nesta mostra.
Nadam Guerra
Rio de Janeiro, RJ. 1977. Autor e multihomem. Vive e trabalha no Rio de Janeiro e em Liberdade na ecovila Terra UNA. Graduado em Teatro, mestrando em Artes Visuais. Materializa suas ideias em textos, vídeos, performances, esculturas e encontros. www.grupoum.art.br/nadam
“Nadam Guerra é um artista contemporâneo carioca. Há mais de uma década, vem investigando um apertado emaranhado entre identidade, relações e narrativas. Por sua produção ser muito heterogênea e por ele não ter sido muito visto nos eventos da cidade, alguns duvidam se ele existe de fato ou se é um trabalho do Grupo UM. Outros dizem que ele se faz de muitos e de outros para agrupar o tanto que transborda dos limites muito apertados por uma existência só.
Sonhei com ele quando tomei Ayahuasca. Veio um anjo, e estava lá ele embaixo da asa do outro. Depois um índio me apresentou à sua mãe. É bem louco isso, mas é verdade. Alguns dias depois, com tantas dúvidas rolando por aí, por um momento, eu desconfiei que eu havia inventado Nadam, mas eu não inventaria esse sobrenome Guerra. Não mesmo. Nada contra, mas eu seria menos literal.
“Nadam” não: esse eu poderia ter escolhido como nome para um personagem. É ótimo. É esquisito, e ninguém duvidaria de que é real. Nenhum personagem inventado tem um nome estranho desse. Se fosse José Carlos, as pessoas poderiam duvidar.
De todo modo, logo depois tive medo de ter sido inventado e manipulado por ele. Tem esse lance: quando a pessoa não cabe em si, não cabem também seus artifícios. Real ou não, Nadam é uma figura cativante e encantadora: um verdadeiro interessado na expansão do espaço compartilhado entre a arte e a vida. Amante da matéria viva e da matéria coisa. Materializador de sonhos e desmaterializador de limites. Como ele mesmo diria:
– Quando a arte é boa, é vida. Quando a vida é boa, é arte.”
(por Bernardo Mosqueira)