Sem título
Acrílica sobre tela | 210x160cm (2020)
Luísa Prestes (@luisaprestes.arte) (Brasil, 1993) é artista visual e agente atuante em diversos campos da arte. Participou de ações, performances e exposições no Brasil, Holanda e Uruguay. Atuou como mediadora na Bienal do Mercosul e outras importantes exposições em diferentes instituições. É atelierista, professora de artes, além de ministrar oficinas e workshops de criatividade e técnicas artísticas. Vive e cria a partir da noção da arte como camada integrante e fundamental da vida. Vida e arte se entrelaçam e se alimentam e o fazer artístico é o próprio tecer de existência na teia da vida.
A artista participa do Salão com uma série de pinturas e desenhos.
CMYK (Ciano, Magenta e Yellow)
Acrílica e grafite sobre papel | Tríptico 63×29,7cm (2020)
Essa série de desenhos é uma zona de confluência entre dois interesses que venho explorando: cor e vocabulário gráfico.
Sobre a questão da cor: Montei três paletas com as três cores pigmento translúcidas primárias – ciano, magenta e amarelo. Cada uma delas se subdividindo em três tons análogos a partir do tom primário.
Nesse momento, procuro esboçar algumas pequenas composições, partindo do simples e primário e traçando um corte vertical aí para vislumbrar a profundidade do tema. Sobre a questão do vocabulário gráfico: são exercícios de sutilização e observação de potenciais texturas e recursos visuais. Recursos estes que, a partir de uma apreensão sensível, contribuem para ampliar tal vocabulário. No caso destes trabalhos especificamente, a estrutura de grade permitiu uma maior liberdade num sentido de explorar essas “frases” visuais individualmente, sem a preocupação com a coerência da composição como um todo. Mesmo que funcione também nesse sentido, uma vez o desenho estando pronto.
Orfeu no reino da morte não deve ver nua sua amada
Acrílica e óleo sobre papel | Tríptico 63×29,7cm (2020)
Eurídice, ninfa amada por Orfeu, ao ser picada por uma serpente foi levada ao reino da Morte. O sofrimento de Orfeu o obrigou a descer ao submundo ao resgate de sua esposa. Contava com sua lira e sua poesia para comover Hades e Perséfone a libertarem Eurídice de seu reino. Orfeu tocava sua lira e declamava como ninguém, emocionava mortais, seres naturais e místicos e até mesmo divindades. Hades e Perséfone, senhores do reino da Morte, ao ouvirem os versos de súplica, permitem que Eurídice regresse com Orfeu com uma condição: todo o trajeto de retorno deve ser feito em silêncio, Eurídice seguindo os passos do marido que, por sua vez, não pode, sob nenhuma circunstância, olhar para trás em busca da esposa. É o movimento da alma através da escuridão do inconsciente até a superfície da consciência, movimento esse que requer confiança e entrega.
Os portões do mundo I e II
Acrílica, óleo e nanquim sobre papel | 21×29,7cm cada | (2020)
Nesta dupla de pinturas sobre papel coloco em dialógo em uma composição livre a experimentação pictórica contemporânea, os estudos de teoria da cor e os grafismos ancestrais dos povos originários.
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