A Galeria de Arte IBEU inaugura no dia 14 de outubro, às 19h, duas individuais simultâneas dos artistas Frederico Filippi e Mayra Martins Redin, com curadoria de Fernanda Lopes e Bernardo Mosqueira, respectivamente. Os artistas foram premiados no Salão de Artes Visuais “Novíssimos 2013”. As exposições ficarão abertas ao público de 16 de outubro a 7 de novembro, com visitação das 13h às 19h, de segunda a sexta-feira, na Av. N. Sra. de Copacabana, 690 | 2º andar. A entrada é franca.
Mayra Martins Redin apresenta a individual “Nada: porque é começo da palavra esperança”. A artista procura fazer “junções” entre coisas para dar vasão a novos sentidos. Objetos numa postura não produtiva, próximos a um “prefiro não” do personagem Bartebly (no livro de Melville) parecem viver uma experiência onde escutam a escuta e produzem um suposto silêncio. Mas o que será que surge deste silêncio? O fato de se colocar a escuta de alguma coisa é sempre uma ação que funciona como um recorte da sonoridade do entorno. Mas, nesse caso, é também escutar o silêncio, imaginando-ouvindo o “barulho” que faz a “escuta” do outro do silêncio da sua própria escuta, o “barulho” do encontro entre os pensamentos, entre as imaginações, entre as escutas. Que sentido se produz no ato de se colocar (ou colocar algo) a escutar o outro (ou algo) que se coloca também a escutar? Diversos questionamentos surgem e lidam com a ideia de vazio e silêncio, dando voz aos ruídos que produzem balbucios, registros, uma pequena memória.
A pesquisa de Mayra parte, portanto, dos silêncios produzidos e reproduzidos mas principalmente dos ruídos, dos registros e dos rumores que qualquer silenciamento pode produzir e fazer atravessar o tempo e os corpos numa espécie de herança. Nessa exposição, essa investigação e suas imagens são organizadas em instalações compostas por fotografias, objetos e desenhos.
O curador Bernardo Mosqueira dedica o texto da apresentação da exposição para o filho recém-nascido da artista, Romeo: Essa é minha primeira carta para você, e a escrevo na ocasião da primeira exposição individual da sua mãe depois do seu nascimento. Apenas um dos trabalhos de “Nada: porque é começo da palavra esperança” foi feito depois da sua concepção, mas essa mostra, além de ser fruto de uma investigação da sua mãe sobre a proximidade entre o nada e a potência, tem muito a ver com você… Romeo, no trabalho que intitula esta exposição, sua mãe apagou todas as letras i´s do nome de Nadja no livro homônimo de André Breton em que ele vai atrás dessa mulher pela qual ele havia se apaixonado em Paris. Sua mãe também procurou por Nadja, subtraiu-lhe os i´s, e o resultado foi Nada, ou a própria procura, ou o próprio desejo ou a vontade de encontrar… Essa exposição é preenchida por suspiros utópicos e poéticos de quem sente brilhar e doer a fome de mundo, a fome de outro. Toda essa exposição, Romeo, trata da infinidade de belezas que podem surgir de onde menos se espera. E, na verdade, foi assim que você, seu gorduchinho, veio: ninguém esperava. Mas, sendo quase todos esses trabalhos feitos antes de você, talvez sua mãe já soubesse que a gente não te esperava, mas que – como na vida – perdíamos por não esperar.
MAYRA MARTINS REDIN – “Nada: porque é começo da palavra esperança”
Abertura: 14 de outubro de 2013 (terça-feira), às 19h
Exposição: 16 de outubro > 7 de novembro de 2014
Horário de visitação: segunda a sexta, das 13h às 19h
Endereço: Av. N. Sra. de Copacabana, 690 | 2º andar – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 3816-9473