Deus ex Machina trata-se de uma projeção de um filme em que escrevi o roteiro e editei. Nesse roteiro eu travo uma conversa com o que eu chamo de máquina, uma espécie de oráculo. Desde que comecei a trabalhar com o vídeo, questões como tempo e imagem se tornaram evidentes. Pois, a partir do momento em que trabalho com tempo me permito livremente afirmar que trabalho com escultura. Não penso na escultura enquanto um objeto final, definido, estático, tal qual a escultura tradicional, onde o artista usando uma ferramenta retira o excesso de pedra, bruta, por exemplo, dando forma a um objeto. Mas que na manipulação do vídeo, no processo de edição, estou manipulando o tempo, na semelhança entre o processo de edição e o processo de escultura, onde se elimina o excesso, até o resultado final ser o corpo desejado.
A curadora Fernanda Lopes diz: “Na exposição sinfonia tempo Jonas Arrabal apresenta dois trabalhos inéditos. Na instalação Théatron #1 (2014) o artista monta na galeria uma piscina de madeira medindo 220 x 480 cm e com 5 cm de altura, e um urdimento do mesmo tamanho, pendurado no teto, a uma altura de cerca de 1m do chão. Os oito refletores pendurados no urdimento permanecerão apontados para o chão, dentro da piscina/palco, que terá água do mar. Ao longo do tempo da exposição, a água vai evaporar, deixando apenas o sal, antes invisível por estar diluído na água. Já o vídeo Deus ex Machina (2014) tem como ponto de partida uma peça escrita pelo próprio artista há alguns anos. Reescrito, o roteiro apresenta a conversa de um homem com uma espécie de oráculo, que chama de máquina. Às perguntas que o homem faz em voz alta, o oráculo responde através das legendas do filme. Nessa conversa ficam claros temas como o tempo, a permanência ou impermanência, e a ideia de representação – e assim referencias às artes visuais e ao teatro (que também se faz presente no título do vídeo. Deus ex machina é uma expressão latina vinda do grego “ἀπὸ μηχανῆς θεός” (apò mēchanḗs theós), significa literalmente “Deus surgido da máquina” e é utilizada para indicar uma solução inesperada, improvável e mirabolante para terminar uma obra de ficção ou drama.
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