A exposição A casa em festa abriga seis fotografias em grandes formatos que exibem festas insólitas e cenográficas. Elementos como presentes, doces, canudinhos, balões, bonecos e brinquedos são dispostos exageradamente em cada imagem. No interior desse acúmulo e excesso de objetos festivos, há sempre o mesmo personagem, que encontra-se cabisbaixo e solitário. O contraponto estabelecido é proposital, pois a ideia dessas imagens é apresentar momentos extremos, conflitos e estruturas de pensamentos opostas: o tema explorado liga-se ao conforto e a sedução presentes no desejo da promessa de felicidade da festa, no entanto, os elementos que a compõe são todos finitos, pois a mesma tem prazo de validade. O processo de construção das imagens de Flávia Junqueira encontra-se com a cenografia, a performance e, finalmente, com a fotografia – depois de organizar os muitos objetos cautelosamente eleitos, a artista se coloca entre eles e legitima sua presença nessa festa através do registro fotográfico.
Ainda que, em um primeiro momento, acreditemos entrar no trabalho por vias de beleza, controle, organização de elementos e cores, nos deparamos com alguns detalhes de decepção, decadência, tristeza, passado e memória, diz Flávia Junqueira.
Fernanda Pequeno, curadora da exposição, diz: “Sendo assim, as seis fotografias em grandes formatos que compõem “A casa em festa” – ao colocarem a própria artista posando com um semblante melancólico em meio a um cenário de celebração – causam certo desconforto. Mas em lugar de melodramas ou de deprimir-se e deixar o espectador deprimido, sua melancolia gera fricções interessantes e inteligentes ambivalências na aceitação e na crítica dessa falta de sentido. De forma que a sedução e o brilho aparentes dessas impressões guardam, na realidade, uma dose de obscuridade.”
A mostra ficará em cartaz de 28 de janeiro a 4 de março, com visitação das 13h às 19h, de segunda a sexta-feira, na Av. N. Sra. de Copacabana, 690/2º andar. A entrada é franca.
Flávia Junqueira nasceu em São Paulo, tem 25 anos, vive e trabalha na capital paulista. É graduada em Artes Plásticas pela FAAP. Dentre as coletivas que participou, destacam-se Energias na Arte, promovida pelo Instituto Tomie Ohtake (São Paulo), em 2009, e Olheiro da Arte, no Centro Cultural Justiça Eleitoral (Rio de Janeiro) em 2010. De fevereiro a agosto de 2011 participará do Programa de Residência Artística na Cité des Arts, Paris.
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