A exposição O Verso, de ANA HUPE, alcança o horizonte, vai atrás da linha que sugere o infinito entre o mar e o céu. É sobre a escrita e o nado, sobre como construir uma caverna kafkiana para si no século XXI, sobre como escrever sem palavras. Tecendo relações entre o universo que rodeia os livros, a paisagem e a água, O Verso reúne um projeto instalativo com aparas de livros, uma canoa e a linha do horizonte inversa, vista das Ilhas Cagarras, da cidade do Rio de Janeiro, escrita e reescrita nas paredes.
Para Bernardo Mosqueira, curador dessa exposição: “Na parede, linhas repetem o horizonte que, agora, é verso. Como ondas, como pautas de um caderno, como códigos de uma escrita, há, sobre o branco, o azul do papel carbono formando uma ode à própria escrita e à sua relação com a vida como modo de inscrição sobre a superfície terrestre. Sobre as linhas, um conjunto de fotografias, serigrafias, objetos e outros tipos de anotações importantes para uma associação entre nadar, estar no mar, estar só, meditar e escrever como processo singular de elaboração do mundo e de estar no mesmo. Essa exposição vem mostrar que há tipos de dança que ensinam a beleza da solidão que nos é tão ontológica quanto a angustia, o desamparo, a morte e o tesão… O interessante é que falamos da escrita, mas os textos de Ana Hupe não aparecem por aqui. Ela escreve muito, mas corta tudo depois. Segundo ela “prefiro não”. Mas está lá: “Escrever teria alguma coisa a ver com uma solidão essencial”.
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